São imagens do Chão (Terra) e do Céu (Ar) quando se elevam as formas que depois
descem ou flutuam, evoluem e param. Sob a força inestimável de plantas, insetos,
batráquios, répteis e demais seres a rastejarem, saltarem, suspensos ou a pousarem na terra.
São os reinos em que asa tartarugas sobem pela Água acima (charcos e rios grandes) e
olham o céu por cima da linha do horizonte. Mas, voltando à terra, eis a serpente que aguça
a cabeça, vendo-se o corpo sinuoso e esguio, igualmente em ascensão, circulando em redor
de folhas e caules e raízes. Há mais bichos, mas foi assim que começou o mito do Paraíso
que é também o mito da Queda. No Paraíso havia muita harmonia entre as espécies
animais e vegetais e marinhas e aéreas: uma verdadeira enciclopédia de intuições e
afinidades entre contrários. Não procuravam a coincidência dos opostos, como Nicolau de
Cusa quis, porque, na realidade, não havia qualquer necessidade disso. Pois, não havia gente
ainda, por isso, acreditava-se que não havia pensamento. parte de texto Maria Fátima Lambert
“Quantas paisagens”
Engrácia Cardoso e Délia de Carvalho. Exposição desenho e pintura, até 4 de Novembro. Centro para os assuntos da arte e Arquitetura.
Curadoria de Maria Luís Neiva
O tempo para fazer nascer
É do amor pela natureza que produzimos quando unificamos os elementos dispersos do mundo sensível, na expectativa de os elevar a um nível superior de realidade.
Coloco o corpo num campo aberto a experiências, num equilíbrio que condensa o significado, a contemplação e a frescura das sensações fugazes.
De 5 a 30 de outubro, Largo Cabeça de Bola, Lisboa Baseando-se na sua última exposição, Uma paisagem recortada (2022), Engrácia Cardoso dá continuidade à exibição de peças em estendais para explorar novas perspetivas sobre as fronteiras. A questão reforça a pertinência de um diálogo subjetivo entre o lugar e a canção Lost Property dos […]
O Manuel vendia de porta em porta. Todos os dias saia de bicicleta com uma caixa cheia de produtos criados na sua horta e dava a volta pelas aldeias e lugares para os vender. No campo, a vida é aparentemente mais simples e corre a um ritmo diferente do meu. As pequenas figuras desenhadas a […]
Durante o projeto Enciclopédia, fiz uma série de auto-retratos em diferentes médiuns.
termina a 15 de maio a exposição individual . desenho pintura e instalação.
local Complexo Cultural da Levada, Tomar, de quarta a domingo.
A construção do caminho levou-me à realização de um projeto que reflete o tema da viagem e da paisagem. A forma desta travessia, potência o pensamento e transpõe de um estado para outro a incompletude de uma primeira abordagem. Ao refletir sobre o espaço e as novas formas de o olhar, permito-me dar-lhe um novo significado.
O tempo para fazer nascer.
É do amor pela natureza que produzimos, quando unificamos os elementos dispersos do mundo sensível, na expectativa de os elevar a um nível superior de realidade.
Coloco o corpo num campo aberto a experiências, num equilíbrio que condensa o significado, a contemplação e a frescura das sensações fugazes.
As ações concretas levam-me a ultrapassar a paisagem, uma vez que nela estão contidos os obstáculos e a travessia num espaço plural.
A prática do desenho encontra-se entre o egoísmo e o altruísmo, variando nos meios, nas formas, marcas, mas também nos acontecimentos e poderão demostrar que a história e o trabalho são feitos de mudanças e imprevistos.
A construção do caminho levou-me à realização de um projeto de continuidade sobre os temas da viagem e da paisagem. Ao refletir sobre o espaço e as novas formas de o olhar, permito-me dar-lhe um novo significado.
Nos últimos anos a construção do caminho levou-me à realização de um projeto de continuidade que ligou a viagem, as suas nuances particulares e a paisagem. Ao refletir o espaço e as novas formas de o olhar permitiu-me criar um contexto e um novo significado. A natureza tem feito parte da minha reflexão. Penso nas […]
desenhos a tinta da china conjunto de trabalhos do projecto entre 2017 e 20012
construção da uma paisagem
Olhar a paisagem com incerteza deu-me a possibilidade de pensar numa memória gráfica e textual, num percurso ao longo do qual vão sendo mapeadas as transições entre os estados ambíguos da paisagem e dos espaços habitados. Os desenhos consistem em registos livres, numa primeira fase eram esboços rápidos e também registos detalhados de plantas silvestres. A escolha da sobreposição e dos papeis rasgados permitem uma paisagem descontrolada, confusa, de certo modo caótica é ao mesmo tempo mais próxima do natural.
Exposição na Galeria, serigrafias pintadas, Jardim da Avenida de São Dâmaso, Guimarães. convite da fuga pela escada
O tempo para fazer nascer
É do amor pela natureza que produzimos quando unificamos os elementos dispersos do mundo sensível, na expectativa de os elevar a um nível superior de realidade.
Coloco o corpo num campo aberto a experiências, num equilíbrio que condensa o significado, a contemplação e a frescura das sensações fugazes. Parto do turbilhão de emoções e do caos da imaginação para a ação em que a interpretação e a criação fragmentada de um conjunto de ideias se desenrolaram pela praxis, tecendo-se e fundindo-se novamente com o universo (o todo que é a natureza). A percepção que transforma as peças em unidades isoladas ou em porções da unidade global é o primeiro passo – ainda que afetivamente neutro – da intuição estética. A este passo, sucedem-se a impressão sentida e o valor reconhecido enquanto ingredientes de uma visão em crescente aprofundamento. A visibilidade de uma paisagem e a irradiação afetiva que dela emana são as faces do mesmo sentimento, tudo está ligado ao todo.
Engrácia Cardoso, Lisboa, 2022